22 dezembro 2009

O papel do Natal (ou o Natal sem papel)


De fugida, cá estou eu para vos desejar um Natal familiar, tanto quanto vos seja possível...


O Natal é sempre um tempo ingrato para quem já atingiu aquele patamar a partir do qual passamos a festejar Natais familiares ou itinerantes. Isto porque passamos a ter famílias, o que é bom, apesar de não ser tão cómodo. Mas também acaba por ser menos monótono, dada a rotatividade da noite de consoada.

Mas o Natal é tempo de reunião, de comunhão - diria a Igreja e muito bem. Alguém se lembrou, um dia, de enfatizar as ofertas ao Menino de tal forma que a sua importância se sobreporia ao nascimento do próprio Messias. Como se, a dada altura, o Menino passasse a nascer só para que se pudessem distribuir as prendinhas. Assim se foi desvirtuando o espírito natalício... Mas, afinal, haverá Natal para além das filhoses, dos bolos-rei e dos presentes?? Não sei, sinceramente. Eu quero acreditar que sim... que somos capazes de encontrar motivos de sobra para estarmos juntos sem constrangimentos, sem obrigações, apenas e somente estarmos presencialmente juntos, para além de uma linha telefónica... para além de uma ligação de internet...
Afinal, quantas vezes por ano nos dedicamos este tempo? Não será esta a melhor ocasião, de facto? Nesta altura em que os corações amolecem e os ressentimentos amainam...

Que haja bolos-rei, fritos variados, presentes a rodos, enfim, tudo o que o Natal implique, tal como o conhecemos actualmente. Mas e que tal pensarmos a fundo nesta questão, e quem sabe discuti-la na reunião familiar da noite de 24: «O que é o Natal, afinal?» «Porque é que nos reunimos nesta quadra?» Depois, experimentem, para o ano, combinar uma consoada sem troca de presentes e com poucos comes e bebes... soltem a conversa, a ver no que dá...

Um ano novo cheio de boas oportunidades para todos vós e acima de tudo com saúde para dar e vender!
2010 é a esperança num mundo melhor. É esta a verdade que nos impele a entrar em grande no novo ano.
O que seria eu sem vós?
Sejam muito felizes! ;)

4 comentários:

Amélia Batista disse...

Concordo com tudo o que disse. Porque precisamos do pretexto Natal para fazer o que poderiamos, ou deveriamos fazer o ano inteiro?!
Bom Natal para si e que o passa da melhor maneira possivel.

Anónimo disse...

Todas estas considerações não deixam afinal de serem também um lugar comum. É bom dar presentes a quem se quer. Ocupa tempo a escolher, a pensar no que o outro gostaria de ter ou que precisa. É bom comer as filhoses. O gozo que se tem em cozinhar em conjunto para aqueles que se ama. Em passar às gerações futuras as receitas da avó e da bisavó. As infindáveis discussões sobre a melhor forma de as amassar. Afinal é isso a cultura. Pena é que a maioria não pare durante uma hora, para em conjunto ir até ao templo, onde em conjunto com o bairro, a aldeia, a vila, cantar, rezar e meditar, como se faz na missa do galo, mas poder-se-ia fazer noutro espaço e noutras crenças. Os rituais são necessários. O que às vezes queremos dizer é que tudo isto também é incómodo e seria melhor se distribuíssemos ao longo do ano. Pois bem. O que nos impede? Comecemos por cada um de nós. Até lá continuemos a celebrar os rituais em dias certos (não há outra forma), que devem ser sentidos apesar de tudo. E apesar de tudo são-no. Mesmo a tia mais rabugenta acaba por sorrir às traquinices do sobrinho.
Um bom Natal.
Teixeira Alves

Amélia Batista disse...

Passei para lhe desejar um Feliz ANO de 2010 e que este novo ano que se aproxima traga a concretização dos seus sonhos.
FELIZ ANO NOVO!

TC disse...

Bom ano Fialho!!! Tudo de bom para vocês, incluindo o gato!!!
Beijinhos e, até p'ró ano!!!!

TC