19 janeiro 2008

Afinal, valeram-nos as passas?

Imagem: seton-pt.com, d.r.
Hoje, 19 dias depois de iniciado o ano da graça de 2008, data em que celebro três anos de muito intermitentes investidas a este meu cismário digital, o que nos dizem, sobre Portugal, as manchetes dos cinco títulos de imprensa actualmente líderes de audiências? Comecemos pelo número um do ranking – o Jornal de Notícias: «Carolina acusada de furtar objectos no valor de 280 mil euros.» Nada de novo quanto a esta longa novela (carago!). P. da Costa a continuar a somar pontos, dentro e fora das linhas de campo; passemos já para o Correio da Manhã: «Bebé morre à porta de urgência fechada, dias depois de o ministro da saúde ter encerrado o serviço do hospital da Anadia». Nada de novo, a saga do encerramento de serviços de atendimento permanente, pelo país fora, prossegue. Desta vez, o timming escolhido para o fecho jogou a desfavor de quem manda, que continua a dar passos certos e seguros… rumo ao precipício. Com perdão para os "colegas de profissão" (ainda que a culpa não seja deles!), também nada de novo por aqui; avancemos para o Público: «Bancos sobem spreads e travam concessão de empréstimos». Nada de novo, tendo em conta a conjuntura. Terminado o ano com uma das maiores desacelerações económicas dos últimos anos, não admira que cada um se safe como pode, e o povinho vai de apertar o cinto mais uma casa, adiando a compra da respectiva. O senhor que se segue, o 24 Horas: «Cães já sabem que Mari Luz foi metida num carro»; nada de novo. Mais um desaparecimento, mais uma menina alegadamente metida dentro de um carro, mais um casal de pais desesperados, embora, desta feita, na vizinha Espanha (Boa Sorte para esta busca também!). Para terminar, o Diário de Notícias destaca: «Casinos vão estar na reunião que decidirá a lei do tabaco.» Por amor de Deus. Esta também não era uma novidade para ninguém. Todos sabíamos que a medida ia avançar (ainda que em moldes pouco claros), embora, como bons portugueses, e bons fumadores que sempre fomos, deixámos para dia 1 de Janeiro mais esta preocupação. Houve inclusive quem nem sequer a 1 de Janeiro estivesse preocupado, ao alegadamente ter fumado, muito oportunamente, uma célebre cigarrilha (era a última, caraças!).
O que há, de facto, de novo quanto a este tema, embora fosse previsível, é a proliferação de beatas à entrada de tudo o que são edifícios e estabelecimentos. O que trará isto de novo? De positivo, sobrará para as empresas de mobiliário urbano, com a corrida aos cinzeiros de exterior e abrigos para fumadores - que, naturalmente, (n)os protegerão do frio, da chuva do sol e, quiçá, dos apedrejamentos -, tal como para as de comércio de sinaléctica "fumadores/não fumadores". De negativo, sobrará, certamente, para os almeidas das autarquias (não falando no ambiente), que, espero, se valham disso para clamarem a sua justa recompensa. E a nós, terá valido a pena o sacrifício de engolir as 12 passas do recente reveillon? Esperemos que sim, que tenha mesmo valido. Que 2008 venha a ser uma revelação - pela positiva - para governo, povinho, e especialmente para vós e para mim! Bem precisamos! Bom ano a todos!...
Obs.: Ah, e deixem um coment de parabéns! Aqui os fumadores têm abrigo certo e seguro!…

2 comentários:

Anónimo disse...

CLARO QUE NOS VALERAM AS PASSAS!!!
12 passas multiplicando por duas almas - 24 desejos, resumidos a um só: Que a vida nos traga surpresas boas!

Provavelmente daqui a uns dias saberás do que falo e quem sou...
...sou o ser mais feliz do mundo.

A VIDA É BELA!!!

Kalil disse...

Falas "obviamente" do óbvio. Dúvidas subsistem sobre quem tu és, ou talvez não... de qualquer modo, o vírus da tua felicidade é de tal modo implacável que já me contagiou! E é tão bom sermos felizes assim!... Parabéns às almas!